2008/01/18

CXVI

Bobby Fischer
(1943-2008)


O lendário campeão do mundo de xadrez americano Bobby Fischer, refugiado na Islândia para evitar ser preso no seu país (E.U.A.), morreu nesta sexta-feira aos 64 anos de idade.


Robert "Bobby" James Fischer, nasceu em Chicago a 9 de Março de 1943, filho de pai judeu-alemão e mãe americana. Aprendeu a jogar xadrez aos 6 anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (um deles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar, pois o pai era ausente.


A sua família mudou-se para a California e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pôde desenvolver-se em grandes clubes seculares como o Clube de Xadrez Marshall e o Clube de Xadrez de Manhattan.


Aos 13 anos jogou "a partida do século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no Campeonato Nacional dos E.U.A. em 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker (2º Campeão do Mundo), na Alemanha, e Alexandr Fier, no Brasil.
Se não bastasse ainda Fischer venceu este Torneio Norte-americano oito vezes em oito participações(1957, 1958, 1959, 1960, 1962, 1963, 1965, 1966), sendo a primeira aos 14 anos em 1957 e a segunda aos 15, em 1958.
Demonstrou grande força de cárater ao vencer jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos 10 melhores jogadores de todos os tempos, um especialista em Finais).
De Dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1972, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov.
Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado. A principal façanha da sua carreira foi na classificação para chegar à final do mundial contra Spassky.

A final deste Campeonato Mundo ficou marcada por toda a tensão da Guerra Fria. O norte-americano consagrou-se campeão do mundo em 1972, depois de derrotar o soviético Boris Spassky, feito marcante dado que todos os campeões mundiais de xadrez desde o final da Segunda Guerra Mundial tinham sido soviéticos.

Fischer em 1975 recusa disputar o seu título mundial com o jovem soviético Anatoly Karpov, por incompatibilidade com a Federação Internacional de Xadrez. Desde então desapareceu até que em 1992 desafia "tudo e todos" disputando um match amigável em plena Jugoslávia contra o seu antigo rival Boris Spassky, ganhando mais uma vez de forma contundente. Esta polémica atitude caracterizou-se por uma violação das sanções internacionais.

Em 2005, Fischer foi "descoberto" e desta forma, preso no Japão. Lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceite.


Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005. Fischer agora era cidadão islandês.

Algumas fontes atribuiam-lhe um Q.I. de 181.
Na lista dos QIs de celebridades de Sigma Society, figura com Q.I. estimado em 225, o que correspondente a cerca de 183 pela escala de raridade Stanford-Binet.

Bobby Fischer, como todo campeão de Xadrez era excêntrico e tinha posições firmes. Em 1971 numa entrevista disse:


"Não sou um computador como os outros querem pensar. Sou meramente um homem, mas um homem extraordinário. Estudo e aprendo cada dia mais e mais, um dia hão-de ser meus o carro mais caro e a casa mais bonita. Na América não há ninguém que possa comparar-se comigo. Fui campeão nacional 7 vezes o que começa a ser fatigante. Aos 14 anos fui campeão nacional, com 16 "grande mestre", com 27 anos sou o melhor do mundo e com 28 serei declarado oficialmente campeão mundial. O meu objetivo é que ninguém no planeta saiba "mexer as peças" melhor do que eu!"




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