2006/10/31

XXV

O MESTRE ANALISA (II)
A partida que hoje nos é apresentada, pelo Mestre Nacional José Tato Padeiro, reporta-se, também, ao Torneio Internacional de Guimarães ...
Padeiro,José (2275) - Costa,João Guerra (2207) [B00]
Guimarães (7), 10.09.2006

1.e4 b6 Contra aberturas deste tipo b6,g6,d6 que não lutam directamente pelo centro não e necessário nenhuma variante específica para ganhar vantagem, no entanto é necessário reter que possuir o centro não é garantia de vantagem clara 2.d4 Bb7 3.Cc3 e6 4.Bd3 Cf6 5.Cge2 Ainda não sei como irão as pretas jogar. Se com uma estrutura francesa jogando o d5, que não tem muita lógica porque encerra o bispo de b7, se com c5 invertendo para uma estrutura siciliana, ou simplesmente jogar d6 esperando para ver. A ideia de Cg-e2 é deixar a possibilidade de um eventual f4. 5...c5 6.0–0 [6.d5!? exd5 7.exd5 Cxd5 8.Cxd5 Bxd5 9.Cf4 Be6 10.0–0=] 6...cxd4 [6...c4?! 7.Bxc4 Cxe4 8.Cxe4 Bxe4 9.d5± As peças pretas ainda não estão desenvolvidas] 7.Cxd4 Cc6 8.Cxc6 O mais lógico. As brancas vão tentar aproveitar a falta de desenvolvimento das pretas. Se o cavalo recuasse era o equivalente a perder um tempo. 8...dxc6 [8...Bxc6 9.Bf4 d6 10.De2 Be7 11.Tad1 Cd7 12.Bb5 Dc7 13.Dc4 Tc8 14.Ba6 Bb7 15.Dxc7 Txc7 16.Bxb7 Txb7 17.Bxd6±] 9.Qe2 a6 As pretas estão claramente a abusar da sorte. Têm as peças por desenvolver, no entanto optam por fazer lances que são úteis mas que nesta posição são manifestamente insuficientes. 10.Bf4 Cd7 11.e5! A justificação do lance anterior. Impede um eventual e5 das pretas, alem que abre a diagonal ao bispo branco, a casa e4 ao cavalo e um ponto de apoio em d6. A partir daqui as brancas usufruem de vantagem. 11...Cc5 12.Tad1 Cxd3 [12...Dc7! 13.Ce4 Cxe4 14.Bxe4 c5 15.Bxb7 Dxb7 16.Td2 Be7 17.Tfd1 Td8 18.Txd8+ Bxd8 19.Dd3 Be7 20.Dg3 g5 21.Be3 As brancas estão melhores mas não e claro] 13.Txd3 Qc7 14.Ce4 [14.Tfd1 c5 (14...Be7 15.Dg4 g6 16.Bg5 h5 17.Dh4 Bxg5 18.Dxg5 c5 19.Df6 Th7 (19...0–0 20.Td7 Dc6 21.f3 Dc8 22.Ce2 Bd5 23.T1xd5 exd5 24.e6+-) 20.Df4 Tc8 21.Ce4 Bxe4 22.Dxe4±) 15.Bg5 Be7 (15...h6 16.Td8+ Txd8 17.Txd8+ Dxd8 18.Bxd8 Rxd8+-) 16.Td7 Dxd7 17.Txd7 Rxd7 18.Dd3+ Re8 19.Bxe7 Rxe7 20.Dd6+ Re8 21.Dxb6 Bd5 22.Cxd5 exd5 23.Dc6+ Re7 24.Dxc5++-] 14...c5 15.Cd6+ As brancas já desperdiçaram muitas oportunidades! [15.Tfd1 Bxe4 a)15...Dc6 16.Bg5 f5 (a)16...Be7 17.Bxe7 Rxe7 18.Dg4 Dxe4 19.Dg5++-) 17.Dh5+ g6 18.Td8+ Txd8 19.Txd8+ Rf7 20.Txf8+ Rxf8 21.Dh6+ Rg8 22.Be7 Dc8 23.Cd6 Db8+-; b)15...c4 16.Td7 Dxd7 17.Txd7 Rxd7 18.Dxc4 Tc8 19.Dd3+ Rc7 20.Cd6 Td8 21.Dd4 Bxd6 22.exd6+ Rb8 23.d7+ Ra8 24.Bc7 e5 25.Dd6+-; c)15...Be7 16.Cd6+ Bxd6 17.exd6 (c)17.Txd6) 17...Dd7 18.Tg3 f6 19.Dh5+ Rd8±; 16.Dxe4 Ta7 (16...Tc8 17.Da4+ b5 18.Dxa6+-; 16...Dc8 17.Bg5+-) 17.Bg5 Be7 18.Dc6+!+-] 15...Bxd6 16.Txd6 0–0 17.Tfd1 Tfd8 18.Dg4 Txd6 19.exd6 Dd7 20.Be5 f5 21.Dg5 h6 22.Dg3 Bc6 23.h4 Df7 As brancas realmente estão melhor, mas não é decisivo. No entanto o peão passado e o bispo mais ameaçador tornam a posição branca mais apetecível. Falta colocar a torre em acçao. Se for possível colocar a torre em g3, dama em e5 e bispo em c3, a vantagem será decisiva, no entanto as pretas têm maneiras de evitar tal configuração de peças 24.Td3 Ta7 25.c4 a5 [25...b5 Colocava certamente mais problemas as brancas] 26.Df4 Dh5 27.Tg3 De2? A partir daqui os erros vão-se suceder a um ritmo assustador [27...Qd1+ 28.Kh2 Qh5 29.Bc3 Kh7 30.Qe5 Qxh4+ 31.Kg1 Qf6 32.Qxf6 gxf6 33.Bxf6 As brancas estão indiscutivelmente melhor, mas os bispos de cor diferente dão um carácter muito empatativo á partida 33...Rd7 34.f4] 28.Bc3 [28.Tg6! Este lance escapou-me! Não há muito a dizer, além de ameaçar o peão de e6, ameaça igualmente D-g3 28...Dd1+ 29.Rh2 Be8 30.Txe6 Bf7 31.Te7 Txe7 32.dxe7 Dd7 33.Dg3 g6 34.Bd6± Ao contrário de outras posições, sempre que existem damas os bispos de cor diferentes são sinónimo de desiquilíbrio.] 28...Rh7 29.Te3 Dd1+ 30.Rh2 [30.Te1 Ganha o peão de e6!] 30...Df1 31.f3 Bd7 32.Dg3 Bc6 33.b3? Depois de longa meditação, não consegui encontrar sequência vitoriosa, ( realmente só havia 2 ), e optei por defender o peão. [33.Txe6 Qd3 34.Dg6+ Rg8 35.Te7 Txe7 36.dxe7+-; 33.d7 Txd7 34.Txe6 Rg8 35.Dg6 Tc7 36.Td6+-] 33...Dc1 34.f4? [34.d7+- Este lance serve sempre, porque quando a torre tomar em e6, vai ameaçar o bispo e mate de depois de D-g6 e T-e8] 34...Be4 35.h5 Rg8 36.Te2? [36.Bxg7! Txg7 37.d7 Dd1 38.Td3! Dxh5+ 39.Rg1 Txg3 40.d8=D+ Rh7 41.Txg3 Df7 42.Dxb6+- Foi a última oportunidade!] 36...Dd1! 37.Dg6 Dxe2 O tema do xeque perpétuo a aparecer. Quando se falham tantas oportunidades de ganhar como neste jogo não há nada a dizer. E quase como falhar 3 penalties no mesmo jogo, ou oportunidades de baliza aberta ½–½

Posição após o lance 32 O 1º "penaltie" não concretizado!

As brancas jogavam e ganhavam